Charles Kiefer em seu livro ‘para
ser escritor’ faz um questionamento deveras interessante: ‘Alguém teria a coragem de se anunciar escritor sem livro publicado?
Escritor de Blog? Ele mesmo responde: Não,
ainda não. Ainda não é possível ser escritor somente em blogs. Nem sabemos se
um dia será. E observa: Talvez o blog
seja isso mesmo: um espaço de treinamento, um espaço gaveta em que guardamos os
nossos originais até a chegada da hora de fazermos a seleção do material para a
publicação em livro, com capas, orelhas e cólofon. E vaticina: O cinema não matou o teatro. A internet não
matará o livro.
Sempre li muito. A própria
escolha de ser professor e não estar professor exigia isso. Também gosto muito
de escrever. Principalmente depois de aposentada a Tribuna Escolar, a sala de
aula. Os jornais levavam minhas opiniões a uma parcela da sociedade até onde alcançavam.
O mesmo com relação às revistas. Estive como cronista, articulista e editor.
Hoje moro no lugar onde as luzes da
cidade não apagam o brilho das estrelas, o campo. Você que me lê neste instante
já observou isso? Na roça o céu é muito mais estrelado. Senti isso quando
solitário num rancho de pau-a-pique coberto com folhas de buriti na região do
‘Batan’, em Goiás. Lá não existia energia elétrica. Passava meus finais de
semana na companhia de um rádio de pilha e a luz de um lampião a querosene.
Quando estiver numa propriedade rural faça isso! Apague todas as luzes e olhe
para o céu.
Com esse negócio de internet facilitou tudo. Até a roça
mudou. A contemplação que existia para com o céu estrelado, a lua, o sol
nascente ou poente foi engolida pelo tal de Facebook.
Mas voltando ao assunto do blog. Como
sou muito desorganizado e escrevo em tudo que encontro pela frente, caderno,
livro, folha de papel A-4, verso de nota fiscal, computador, não precisa de lhe
dizer, caro leitor, que quando necessito de algum de meus escritos é aquela
loucura. Então resolvi seguir os conselhos de Charles Kiefer. Primeiramente
criei um blog onde escrevia de tudo.
Mas, as pessoas não gostam de ler ‘de tudo’. Em função disso criei vários blogs, cada um abordando um tema. Atualmente são cinco, e este texto se
deve ao acontecido quando fui preparar o primeiro post para o sexto. Assim que abri um livro para ler e resenhá-lo
encontrei um escrito na 2ª página que achei pertinente ao propósito deste blog.
‘Estar só, não é muito das vezes não enxergar ninguém à sua volta quando
dos momentos mais difíceis; é sim, ser rejeitado por aqueles que nem lhe
conhece. Isto sempre acontece comigo. Eu, 13/03/1988’.
Luiz Humberto Carrião
(l.carriao@bol.com.br)
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